Avaliação de Bens Intangíveis

Conceito:

O que são Ativos Intangíveis?

Ativos ou bens intangíveis constituem-se na propriedade imaterial das empresas, cujo conjunto é composto por elementos tais como:

- Recursos Humanos

- Software

- Clientes

- Patentes

- Marcas

- Direitos Autorais

- Tecnologia

- Know-How

Para que serve a avaliação destes bens?

- Garantias fiduciárias, principalmente para empresas prestadoras de serviços que não tem lastro em bens de capital.

- Integralização de capitais na empresa para posterior abertura do capital ou outras operações financeiras e comerciais.

- Venda de uma empresa.

- Abertura da empresa para franquias.

- Entrada de novos sócios.

- Saída de sócios.

- Dissolução de sociedades.

- Distribuição acionária no aporte de novos capitais.

Metodologia

Os três métodos de avaliação:

Os três métodos básicos de avaliação de bens intangíveis, envolvem cada um, de per si, variáveis tangíveis e naturalmente contábeis provenientes de bens materiais ou de ativos patrimoniais, que fazem parte de qualquer metodologia econômica ou administrativa de avaliação de bens em geral.

Historicamente, a avaliação de um bem remonta a um passado longínquo, e pode ser facilmente compreendida a partir do momento em que se estabelecem as primeiras relações de troca e posteriormente a compra e venda de bens nas diversas civilizações da antigüidade. Nesse ato ficaram estabelecidos os primeiros parâmetros de avaliação de bens, mesmo que alguns conceitos de valor apresentassem diferenças ou variações se comparadas umas culturas com outras. Como acontece com o curioso conceito de valor, que prevalece até hoje, entre a maioria indígena que ainda povoa a América Latina onde quanto mais velho e usado for um bem maior será seu valor.

Com a evolução dos sistemas econômicos surge necessidade de instrumentalizar meios que permitam o desenvolvimento das relações comerciais, que facilitem numa linguagem cada vez mais universal estas mesmas relações e apontem soluções práticas dentro de um universo extremamente exigente.

Novos conceitos de valor apontados pelas estratégias de Mercadologia, vem alterando a visão e o conceito de valor que se tinha, sobre tudo no que diz respeito às Marcas Registradas e o papel que as mesmas desempenham nas relações com o consumidor.

Por tanto, a avaliação econômica de bens intangíveis vem delineando-se, a cada dia com mais firmeza, como um instrumento no auxilio às relações comerciais.

A metodologia empregada na avaliação de ativos intangíveis foi criada no pós-guerra nos Estados Unidos, e vem evoluindo daquela data até os dias de hoje do ponto de vista ético e técnico. A cada dia a necessidade e a metodologia aplicada na avaliação de bens intangíveis são melhor compreendidas, contudo, este tipo de abordagem ainda é bastante polêmica.

São três basicamente os métodos empregados para a avaliação de bens intangíveis, podendo ser utilizados combinadamente entre si ou de forma isolada:

1. Valor de mercado:

É o valor alcançado pelo bem a ser avaliado que depende do interesse do mercado, na base da lei da oferta e da procura.

Em termos práticos, o valor de mercado é o valor real de um bem qualquer, já que o mesmo se encontra sujeito à disponibilidade, ou não, dos valores efetivos para as transações de compra e venda no mercado no momento de concluir-se a operação comercial.

2. Custo:

É o valor proveniente do resultado numa avaliação onde são consideradas as variáveis que envolveram o investimento necessário para um bem intangível alcançar determinada performance.

O custo de investimento poderá considerar ou não valores subjetivos que oneram ou não o valor de um negocio como um todo. Estes valores subjetivos dependem, na sua aplicação, das estratégias escolhidas para atender a necessidade que visa ser suprida através de uma avaliação, isto é: o objetivo a ser alcançado com a avaliação, podendo ser claramente exemplificado no tratamento da formação do custo das empresas do governo oferecidas à iniciativa privada através de leilões públicos.

O custo de um bem intangível é conhecido como BRAND EQUITY.

3. Renda:

É o valor atribuído a um bem intangível a partir da rentabilidade pressuposta que o mesmo venha a gerar para uma empresa. Geralmente calcula-se dentro de uma projeção futura que se estende para os próximos dez anos da data de avaliação do bem. Os conceitos envolvidos dentro deste tipo de metodologia de avaliação são conhecidos como GOOD-WILL.

O Principio de Substituição:

Toda e qualquer avaliação de bens parte, obrigatoriamente, do Principio de Substituição. O Principio de Substituição não requer necessariamente a troca de um bem por outro similar e do mesmo gênero, mas sim por um bem qualquer igualmente rentável ou do mesmo valor.

O Principio de Substituição deve comparar e demonstrar a equiparação de pelo menos dois bens entre si, isto irá conferir a equidade necessária à avaliação efetuada, que assim obedecendo a parâmetros comparativos de ordem meramente financeira irá embasar com maior firmeza o valor atribuído ao bem avaliado com a certeza da isenção de parâmetros que não sejam técnicos. Por tanto, este principio é comum a qualquer um dos métodos de avaliação aplicados.

A abordagem de Mercado

Este método de avaliação envolve as seguintes etapas que irão fornecer os subsídios necessários para configurar as variáveis de uma fórmula cuja resultante é o valor atribuído a um bem intangível.

Coleta de dados ou pesquisa.
Análise dos valores que influenciam a formação do valor do bem.
Escolha dos múltiplos do negócio, que pode significar apenas um valor percentual sobre o valor total do negócio, envolvendo somente uma parte deste, uma determinada área de participação na formação do capital da empresa onde se efetua a avaliação.
Cabe esclarecer que as variáveis a serem utilizadas na composição do cálculo de avaliação podem ser diversas ou diferentes para cada tipo de bem a ser avaliado.

As vantagens deste tipo de avaliação são:

A configuração de uma fonte de dados objetiva, quando aplicação da pesquisa alcança o maior número de dados possível e abrange o universo de pesquisa de forma regular e consistente.
O resultado obtido com este método de avaliação é sempre um bom indicador de preços.
As desvantagens deste método são:

Dificuldades de se obterem os dados necessários.
Dificuldade na análise de cruzamento dos dados quando a avaliação envolve a venda total de uma empresa ou a totalidade de seus bens intangíveis que poderão ser, de per si, de gêneros diferentes.
Dificuldades na interpretação dos fatores de adequação ou de ajuste internos e externos à empresa, inclusive.
Estes fatores na sua maioria são dados subjetivos que podem passar desde o perfil psicológico e profissional de quem determina os rumos futuros da empresa até contingências externas de mercado a nível nacional e internacional.
Estas operações por valor de investimento que dependem, exclusivamente, do momento em que se encontra a empresa cujos bens estão sendo avaliados e atendem a uma necessidade específica da empresa ou a um objetivo muito bem delineado. Normalmente este único objetivo de avaliação de bens, configura-se como sendo o momento de venda da empresa que passa de uma administração familiar a uma gestão profissional ou então, na fusão de empresas de capital aberto e geralmente prevê suprir somente às necessidades dos sócios remanescentes advindas de um destes dois tipos de transição o que poderia volatilizar muito rapidamente o valor atribuído aos bens avaliados.
A abordagem de Custo

Este método visa determinar o capital financeiro necessário para reproduzir o mesmo bem que se está avaliando e os benefícios futuros ou um bem similar quanto ao resultado financeiro ou seja a determinação do “quantum” para obter-se igual beneficio econômico.

Neste caso, cabe reiterar que não é necessário tratar-se do mesmo bem mas, sim do mesmo benefício.

As variáveis que interagindo num cálculo matemático resultam no valor de avaliação auferido pelo Método de Custo são:

Custos Históricos.
Custos de reposição (CR), obtidos a partir da aplicação da seguinte fórmula:
CR = CRN – D – FO

Onde:

D = Depreciação, esta depreciação é física e envolve bens móveis, imóveis, aparelhos, máquinas e utensílios.

FO = Fator de Obsolência, diz respeito a produtos de caráter técnico e quanto ao fato de se configurarem ultrapassados ou não.

CRN = Custo de Reposição de um Novo, é a simulação do montante necessário para produzir algo novo que propicie a substituição do produto anterior.

As vantagens deste método de avaliação são:

É um bom indicativo para a realidade de custos históricos, isto já é o suficiente para justificar este tipo de trabalho.
Muitas vezes é o único método possível, no caso de avaliação de bens patrimoniais envolvendo bens móveis.
As desvantagens são:

Custo não é a mesma coisa que valor, o valor é um fator atributivo e o custo é um fator exclusivamente contábil. A diferença entre os conceitos é mais facilmente compreendida quando se fala, por exemplo, de uma idéia.
Este tipo de avaliação pode não incorporar os benefícios futuros.
Este tipo de avaliação não considera os riscos e tendências futuros.
Neste tipo de avaliação há um a grande dificuldade de determinar os fatores de obsolescência, considerando como envolvidos na avaliação itens como economia e tecnologia, principalmente.
A abordagem de Renda

Este é o método de avaliação mais largamente utilizado, pois é considerado pela maioria dos profissionais como o mais objetivo.

Nesta abordagem as variáveis envolvidas são:

Fluxo de Caixa ou fator incremental de crescimento da lucratividade .
Fluxo de Caixa de Over Priecing, onde são consideradas as variáveis independentes que agregaram valor ao negócio. Ex. valor da marca como “grife”.
Fluxo de Caixa proveniente de Royalties, onde também são consideradas e contabilizadas as variáveis independentes tais como: Perspectivas de mercado, análise macroeconômica e política da situação de mercado, nível e tendências organizacionais internas, entre outras.
Este método é capaz inclusive de apontar e determinar o valor global da empresa, e não somente de seu capital intelectual, contudo este método ao ser o mais complexo é também o mais caro e demorado.

Avaliação de bens intangíveis apresenta algumas dificuldades na sua implementação como efetiva ferramenta de negócios, que passam pelos seguintes três principais aspectos:

1o. A inexistência de uma cultura difundida no meio empresarial que seja capaz de interessar suficientemente o empresário não só para avaliação do seu patrimônio intangível, como de um real e planejado investimento em tecnologia e pesquisa. É a barreira da dificuldade de aceitação da possibilidade de avaliação de bens intangíveis, barreira perfeitamente compreensível quando se trata da divulgação de idéias inovadoras.

2o. A inexistência de organismos regradores permanentes dos conceitos de avaliação que minimizem a discrepância de valores alcançados nas avaliações e que convirjam pelo menos em alguns denominadores ou conceitos comuns entre os diferentes tipos ou metodologias de avaliação existentes serem aplicadas. E não somente ficarem, tais avaliações, à mercê da regularização que ocorre nas bolsas de valores.

3o. A dificuldade de atribuir a responsabilidade ou competência da avaliação dos bens intangíveis a este ou aquele profissional, quando em determinados métodos de avaliação nota-se claramente a necessidade de interação de pelo menos três áreas profissionais distintas.

Nosso método:

A metodologia aplicada por Toledo Corrêa na avaliação de marcas é uma combinação de todos métodos acima propostos, onde pode ser observado que cada uma das variáveis que se apresentam ou constituem em diferencial entre os três métodos apontados será, efetivamente, aplicada de maneira a oferecer o maior número possível de dados com a intenção de obter-se o resultado mais completo e exato possível.

A complexidade na realização deste tipo de avaliação demanda em fatores como:

Envolvimento de profissionais de múltiplas áreas de atuação;
Tempo despendido na elaboração de planos de ação, sempre personalizados, e execução de todas as etapas da avaliação;
Compreensão das necessidades da empresa que se encontra avaliando seus bens, absorção total de conhecimento de políticas internas, cultura, e anseios quanto ás perspectivas do futuro dessa empresa;
Compreensão dos momentos histórico, político e social nos níveis nacional e internacional a fim de efetuar-se uma análise profunda de todas as variáveis que inteiram a avaliação de um bem imaterial e assim projetar para o futuro, com a maior segurança possível, o valor do bem avaliado conferindo ao trabalho de avaliação a possibilidade de atender não somente a interesses imediatos de uma empresa , mas também uma visão duradoura capaz de servir como um dos instrumentos de orientação na escolha do rumos e políticas futuras da empresa.
Para obter maiores informações sobre avaliação de Bens Intangíveis escreva para:

toledo@dglnet.com.br